Manter um negócio no caminho certo não é tarefa fácil para nenhum gestor. Além dos desafios comuns que precisam ser enfrentados todos os dias, e que são normais ao mundo corporativo, é preciso ter uma carta na manga para possíveis cenários de crise que podem atrasar objetivos ou até desmanchar meses ou anos de esforço. Por isso, a avaliação de risco pode ser uma aliada eficaz para manter sua empresa nos eixos.

Pensando na cibersegurança, a avaliação de riscos pode ajudar na identificação prévia de possíveis incidentes que poderiam expor dados e informações da sua empresa e, além disso, pode te ajudar a entender que o investimento em segurança da informação é essencial para evitar perigos como vazamento ou roubo de dados sensíveis, espionagem industrial e outros crimes cibernéticos.

Fique com a gente e entenda por que toda empresa deveria ter a avaliação de risco como uma prática periódica e como o bom planejamento de suas etapas e estratégias podem garantir a segurança de dados da sua empresa, evitando dores de cabeça aos gestores. Boa leitura!

O que é avaliação de risco?

A avaliação de risco é uma série de ações de identificação, análise e decisão acerca de riscos que podem surgir durante a trajetória de uma empresa, podendo envolver todo o funcionamento corporativo ou processos menores como um projeto específico ou plano de ações de venda.

Ao relacionarmos a avaliação de riscos com a cibersegurança, esses riscos podem se manifestar como tentativas de invasão aos sistemas da empresa por parte de cibercriminosos. Essas invasões podem ter como objetivo o roubo de credenciais de acesso, criação de backdoors para propagação de arquivos maliciosos, entre outras práticas criminosas.

Quem é responsável pela avaliação de risco?

As avaliações de risco geralmente são atribuídas a altos cargos executivos da empresa - sendo até mesmo recomendado que seja feito dessa forma - os chamados Gestores de Risco. Obedecendo uma abordagem top-down (de cima para baixo), o encarregado pela avaliação de risco vai identificar riscos em potencial aos quais a empresa pode estar exposta.

Além disso, a listagem de riscos deve ser feita do macro para o micro, ou seja, os riscos maiores devem ser listados e mapeados primeiro do que os riscos menores e mais detalhados que podem estar espalhados pelos processos mais abrangentes da empresa, como o treinamento e comportamento dos colaboradores, rotina de manutenção de máquinas, softwares, etc.

O CISO - Diretor de Segurança da Informação - é um bom exemplo de cargo passível de se tornar um gestor de risco para situações que envolvem os ativos digitais da empresa, pois ele é o responsável por supervisionar e organizar todos os processos de segurança que possam influenciar direta ou indiretamente o ambiente virtual, sejam eles alterações no corpo de funcionários, implementação de novas tecnologias, dinâmicas de trabalho ou o envolvimento da empresa em novos projetos.

Para que serve a avaliação de risco?

A avaliação de riscos é uma forma de prever, identificar e controlar cenários de crise para o andamento dos negócios de uma empresa. Assim, quando e se uma crise surgir, os gestores estarão preparados para lidar com ela de maneira mais eficaz, afinal, a prevenção continua sendo a melhor forma de combater vulnerabilidades e manter cibercriminosos longe da sua empresa.

Pode-se dizer que empresas que não levam em consideração a avaliação de riscos estão em uma estrada nebulosa, sem nenhuma garantia para o que pode surgir à sua frente. Despreparo em momentos de exposição a vulnerabilidades pode levar a paralisação dos negócios, gastos desnecessários ou mal calculados devido ao “elemento surpresa” gerado pelo risco que se apresentou e queda da reputação da empresa no mercado.

Por isso, a avaliação de risco aliada à cibersegurança é a melhor maneira de conhecer todas as facetas de uma empresa e aprender a usá-las a seu favor, de modo a gerenciar a segurança do tráfego de dados e entender quais estratégias se encaixam melhor no seu modelo de negócios.

Quais são as etapas da avaliação de risco?

Como dito anteriormente, a avaliação de risco torna possível que o gestor conheça as facetas da sua empresa. E para falarmos disso de forma mais pontual, primeiro precisamos falar sobre o primeiro passo para entender o contexto organizacional da sua empresa e implementar uma avaliação de risco:

Matriz SWOT

A matriz SWOT é uma ferramenta de planejamento estratégico, criada para traçar objetivos e gerar testes de tentativa e erro em qualquer projeto. Seu nome deriva de uma sigla formada por palavras em inglês:

  • Strengths (Forças);
  • Weaknesses (Fraquezas);
  • Opportunities (Oportunidades);
  • Threats (Ameaças).

Com a matriz SWOT criada, todas as características correspondentes aos pontos listados acima que envolvem a empresa devem ser sistematicamente catalogadas e analisadas. Assim, o executivo responsável pela avaliação de risco vai ter o pleno conhecimento de todas as áreas da empresa e em quais delas vai precisar atuar com mais afinco.

Uma vez que esse “diagnóstico” esteja completo, é hora de colocar em prática as etapas da avaliação de risco.

1 - Contexto organizacional

Esse é o momento em que gestores devem pensar: em que momento a empresa está? Quais são os métodos de segurança atuais? Como é possível melhorar?

É muito importante que essas informações estejam claras e façam parte da avaliação de risco, pois toda e qualquer atividade que esteja em funcionamento dentro da empresa vai alterar o curso do processo de criação das medidas protetivas.

Portanto, se a empresa está investindo em expansão ou está envolvida em algum projeto, a análise do contexto organizacional deve contemplar esses dados.

O número de funcionários, suas funções, bem como a qualidade dos equipamentos que utilizam, podem ser informações fundamentais para traçar planos de solidificação da cibersegurança. Instruir a criação de senhas mais fortes, implementar autenticação multifator, entre outras boas práticas de uso dos dados, vai fazer toda a diferença na proteção da sua empresa.

2 - Identificação de riscos

Agora, conhecendo o nível de segurança no qual a empresa se encontra, é a hora de pensar em situações que possam surgir e se tornar um empecilho para o alcance das metas, conclusão de projetos ou o simples funcionamento pleno da empresa.

Esse processo leva em conta desde situações mais graves e específicas como ataques de negação de serviço (DDOS) até processos mais amplos e cotidianos como o comportamento dos colaboradores, o uso correto e consciente dos ativos digitais da empresa, políticas de segurança físicas e virtuais, atualização recorrente e segura de endpoints.

3 - Análise de riscos

Uma vez que os riscos tenham sido identificados, é hora de mensurar o impacto que eles podem causar e também calcular o esforço necessário das medidas a serem tomadas para mitigar esses riscos.

Durante esta etapa, é importante que os riscos sejam analisados em ordem decrescente, ou seja, do maior para o menor. Isso porque, ao combater um risco, é possível que outros riscos menores surjam e, quanto mais cedo eles forem percebidos e considerados, melhor. Vamos dar um exemplo desse cenário a seguir.

Digamos que uma empresa que oferece serviços online está passando por um processo de troca dos seus servidores, migrando para um novo provedor, o risco maior é que seus serviços saiam do ar e fiquem temporariamente indisponíveis, perdendo vendas e fidelidade dos clientes.

Para evitar isso, a empresa fez o backup de todas as suas informações e ativos digitais e já fez a hospedagem no novo servidor, mas novos problemas podem surgir como Instabilidade devido a picos de acesso, limitações no hardware, entre outras variáveis. Por isso, os responsáveis pela troca de servidor, previamente ao uso aberto do novo site, estressaram os servidores com testes fechados e corrigiram as falhas que surgiram. E só aí, o servidor antigo é desativado enquanto o outro já está em pleno funcionamento, testado e preparado.

4 - Avaliação de risco

Agora é o momento de definir estratégias de contra-ataque para cada um dos riscos identificados. Não se esquecendo de considerar seus possíveis riscos residuais, definindo o quão problemático eles podem se mostrar e o que deve ser feito em relação a eles.

Neste momento, o gestor de risco pode tomar uma entre quatro decisões: aceitar, mitigar, transferir ou evitar os riscos.

5 - Tratamento do risco

Chegou a hora de definir prazos e responsáveis para aplicar as medidas mitigadoras aos riscos listados. É importante que cada um dos riscos possua um gestor, já que quando se trata de ameaças à integridade dos ativos digitais de uma empresa, o tempo e o foco são essenciais, não é mesmo?

6 - Combate e monitoramento dos riscos

Na última etapa do processo de avaliação de riscos, é a hora de analisar se todos os riscos listados e suas respectivas medidas protetivas deram resultados, que resultados foram esses e se foram positivos ou não.

Também é importante que seja avaliado se adaptações foram necessárias durante o processo, como isso afetou todo o procedimento e se não foram criados riscos residuais por conta disso. Esta etapa deve ser realizada periodicamente durante todo o processo e também após sua finalização.

Vale ressaltar que, muitas vezes, uma empresa pode enfrentar o mesmo tipo de vulnerabilidade em ocasiões diferentes. Por isso, é importante que sejam criados bancos de dados das avaliações de risco anteriores para que futuros gestores identifiquem padrões e possam lidar com o problema reincidente da mesma forma ou até com mais eficiência.

Como o Bug Bounty ajuda a otimizar a avaliação de risco?

O Bug Bounty é um programa de recompensa por bugs em ativos digitais que conta com a investigação constante de milhares de profissionais em segurança da informação em busca de qualquer vulnerabilidade que possa prejudicar a segurança das empresas.

Os relatórios gerados a partir desses programas oferecem informações detalhadas sobre a criticidade das vulnerabilidades e falhas que podem estar presentes em um sistema, bem como uma precisa antecipação dos prejuízos que elas podem causar.

Como a avaliação de risco trata, em suas etapas iniciais, do reconhecimento e triagem de quaisquer riscos à empresa, o Bug Bounty é o aliado perfeito para garantir a cibersegurança do seu negócio.

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