Os ciberataques costumam subir em escala durante datas comemorativas, principalmente as que envolvem a alta do e-commerce, como a Black Friday. Isso varia desde a invasão da base de dados de clientes até a completa paralisação dos serviços - demonstrando a crescente evolução, complexidade e intensidade dos ataques.
Para exemplificar o aumento de vendas durante a Black Friday, um levantamento feito pela empresa de inteligência analítica Boa Vista revelou que a receita gerada pelas vendas do comércio eletrônico na Black Friday de 2022 cresceu 60% em comparação ao mesmo período de 2021.
Vale considerar que existe um maior compartilhamento de dados e transações financeiras digitais durante os períodos de alta do e-commerce, o que acaba atraindo a atenção de cibercriminosos. Um reflexo disso é que a incidência de ataques cibernéticos cresce nesta época, um estudo realizado pela Fortinet identificou que o último trimestre de 2022 (época da Black Friday e do Natal) teve um aumento de 61,7% nas tentativas de ciberataques em comparação ao trimestre anterior.
Neste cenário, fica claro que a melhor alternativa é focar em prevenção para evitar ciberataques, não é mesmo?
Por isso, é preciso investir na segurança cibernética desde seu primeiro momento, elaborando estratégias específicas para a estrutura de cada negócio.
Quer saber como evitar incidentes de segurança no período mais rentável do e-commerce? Então, acompanhe esse artigo, pois abordaremos todo o conceito de segurança digital e explicaremos como se proteger na Black Friday e evitar vazamentos de dados.
Os ciberataques no e-commerce
A segurança da internet sempre esteve salientada como um ponto de atenção em quem trabalha com negócios no ambiente digital. Contudo, com o aumento da exposição online, esse se tornou um grande desafio para as organizações.
E-commerce, sites, aplicativos e plataformas são alvos recorrentes dos cibercriminosos - principalmente os que buscam a coleta de dados dos clientes.
A estrutura complexa e distribuída pertinente ao varejo atrai esses usuários mal-intencionados, que podem usar vulnerabilidades para invasão dos sistemas.
Roubo de dados e paralisação das operações de venda são algumas consequências dos ciberataques que costumam, inclusive, ser noticiados em grandes jornais. E dependendo das ações tomadas pela marca, esses golpes impactam não apenas os clientes atuais como também os potenciais consumidores.
Para evitar situações desse tipo, é necessária a aplicação de cuidados como a instalação de softwares, conscientização de colaboradores e o investimento em Bug Bounty - que veremos logo em breve no texto.
Ademais, se antes esses perigos se concentravam nos computadores, hoje celulares e até dispositivos conectados via Internet das Coisas (IoT) funcionam como porta de entrada. Na realidade, um simples e-mail ou SMS pode trazer um link infeccioso.
A importância da segurança de dados na Black Friday
Mesmo no período anterior à transformação digital, o e-commerce já sofria com os ciberataques, mas como citamos anteriormente, esse cenário se intensificou.
Um dos fatores preponderantes para essa crescente é de que em nosso país as atitudes só são tomadas após o problema. Ou seja, só há o movimento de pensar na segurança da internet após um ataque ou uma invasão de sistemas.
Prática essa que é prejudicial, porém, extremamente comum entre pequenas e médias empresas que optam por focar investimentos no crescimento do negócio em detrimento às medidas de segurança.
No entanto, a prevenção é essencial em um cenário de alta incidência de ameaças, mesmo porque nenhuma companhia está à salvo de ser alvo de cibercriminosos.
Como a LGPD pode auxiliar na segurança do e-commerce
O objetivo da Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD, é preservar o direito à privacidade dos cidadãos, até por isso a sua implantação determinou regras para toda empresa que coleta, armazena e compartilha dados de seus clientes.
Então, em momentos de acesso massivo como as datas comemorativas, a LGPD aliada a práticas efetivas de segurança da informação provém o pleno respeito da privacidade do internauta e o protege de violações.
Por isso é importante que os e-commerces estejam de acordo com a proteção de dados na Black Friday, pois esse é um período de grande volume de dados entrando, assim como uma ótima chance de que erros aconteçam e penalizações da LGPD sejam aplicadas, como uma multa que pode chegar a até R$ 50 milhões de reais.
Quando falamos em e-commerces, sabemos que parte essencial de seus funcionamentos é este recolhimento de dados, seja para entender melhor qual seu público, entrar em contato ou enviar notificações sobre novos produtos, promoções e afins.
Tudo certo até aqui? Agora vamos à parte mais interessante do artigo; separamos 5 dicas essenciais para evitar os ciberataques na sua organização durante a Black Friday. Confira:
1. Conscientize sua equipe
A proteção de dados em datas como a Black Friday também depende de quem trabalha diretamente com esses dados, ou seja, você e seu time.
É importante deixar claro que, com o massivo acesso, o índice de ciberataques sobe consideravelmente, podendo chegar a um aumento de 30%.
Meses antes de datas comemorativas planeje workshops, palestras etc que preparem seu time, desde o suporte técnico do seu e-commerce, até os canais de atendimento digitais e o monitoramento das redes sociais.
Assim, você tem a garantia de que os dados recolhidos serão manuseados adequadamente.
2. Governança e proteção de dados
Realizar uma avaliação que garanta a qualidade e proteção de dados é fundamental para evitar ciberataques. Para isso, é necessária uma política de gestão: criar políticas, diretrizes, e processos, garantindo a maior precisão no tratamento de dados e a mitigação de riscos.
Para tratar os dados de maneira mais eficaz e ter os registros atualizados e precisos, é necessário avaliar:
- Quais são os dados tratados pela empresa;
- Onde exatamente esses dados ficam armazenados;
- Quem tem acesso.
Seguindo essas medidas, a revisão de impactos e riscos pode ser realizada, assim como a confirmação de medidas de controle que podem ser implementadas para a mitigação dos riscos.
3. Criptografia na proteção de dados
Não deixe para depois: criptografe seus dados antes das datas comemorativas.
Esse é um método seguro e até certo ponto comum no campo da proteção de dados pessoais armazenados, reduzindo as chances de violação e de multas que a lei pode aplicar.
4. Frequente atualização e backup dos sistemas
Os check-ups periódicos dos sistemas, mantendo-os atualizados e a aplicação de diversas auditorias e análises se fazem muito necessárias. Assim, a detecção de algo que possa colocar as empresas e seus dados em risco é mais assertiva.
Outro tópico importante para toda a segurança: tenha um backup em nuvem atualizado. Essa pode ser a chave para salvar sua empresa de eventuais incidentes.
Além do cenário de sequestro, onde não seria necessário pagar o resgate das informações dos seus bancos de dados, facilita na identificação dos dados perdidos/vazados, não levando tanto tempo para se ter conhecimento da gravidade da violação, possibilitando empregar respostas rápidas.
5. Investimento em Bug Bounty
Se você trabalha com e-commerce, precisa conhecer essa prática!
Em total crescimento no mercado digital, o Bug Bounty é uma prática muito eficaz. Baseado em um programa de recompensa, especialistas em segurança da informação acessam de forma autorizada os sistemas e redes da empresa parceira em busca de possíveis falhas e vulnerabilidades que facilitem a ação de cibercriminosos.
Quando alguma ameaça é detectada, um relatório é feito e entregue para a equipe de segurança da informação da empresa. Assim, facilita o caminho para o desenvolvimento de métodos que façam esses bugs serem eliminados.
Após toda essa ação, o especialista recebe uma recompensa pelo trabalho de busca realizado.
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