A segurança corporativa, tradicionalmente, sempre foi associada a aspectos físicos como a proteção de instalações, controle de acesso e segurança dos colaboradores. No entanto, em um mundo cada vez mais digitalizado, a segurança da informação (SI) emerge como um pilar fundamental para proteger os dados e operações de uma empresa.
Nesse contexto, a pergunta que muitos especialistas se fazem é: por que tantos gestores ainda não incluem a SI como parte integral da segurança corporativa?
Neste artigo, vamos abordar sobre alguns motivos por trás dessa desconexão e por que essa visão pode colocar organizações em risco. Acompanhe!
A segurança corporativa no ambiente digital
Quando falamos de segurança corporativa, a visão comum entre gestores é a de proteção física e legal da empresa. Essa abordagem tradicional, ainda muito presente em diversas corporações, muitas vezes falha em englobar a segurança da informação, que lida diretamente com a proteção de dados sensíveis, sistemas e infraestruturas digitais.
Isso porque, o conceito de segurança virtual para ambientes corporativos compreende não apenas a proteção contra ataques cibernéticos, mas também medidas preventivas que garantam a continuidade dos negócios em situações de risco.
O que se observa é que, em muitas empresas, a segurança da informação ainda é tratada de forma separada ou até mesmo negligenciada no planejamento estratégico de segurança.
Falta de conhecimento sobre a SI
Uma das razões pelas quais os gestores não enxergam a segurança da informação como parte da segurança corporativa é a falta de conhecimento especializado. A segurança da informação é um campo técnico e dinâmico, com terminologias e conceitos específicos, como criptografia, firewall, proteção contra DDoS, pentest e bug bounty, que podem parecer distantes do cotidiano dos executivos focados na operação geral do negócio.
Além disso, muitos gestores veem a tecnologia e a segurança da informação como um campo exclusivo do departamento de TI. Essa visão restrita faz com que a SI seja tratada como uma área separada, sem a integração necessária com as políticas mais amplas de segurança corporativa. No entanto, à medida que os ataques cibernéticos aumentam em volume e sofisticação, essa falta de integração pode ser fatal para a continuidade e reputação de uma empresa.
Investimento em segurança da informação: um gasto ou um ativo?
Outro motivo comum que impede os gestores de incluir a segurança da informação na estratégia corporativa é a percepção de que investir em SI é um custo sem retorno imediato. Esse pensamento é especialmente prevalente em pequenas e médias empresas, que frequentemente têm orçamentos limitados e priorizam investimentos diretamente ligados à geração de receita.
Todavia, não investir em segurança da informação pode gerar custos muito mais altos no longo prazo. O recente Relatório do Custo das Violações de Dados de 2024 da IBM indicou que o custo médio de uma violação de dados é de cerca de US$4,88 milhões globalmente, 10% a mais em relação a 2023, além de ser o total mais alto de todos os tempos.
Portanto, a segurança corporativa hoje precisa ser vista de forma ampla, integrando segurança física, legal e digital. As empresas que não fazem essa conexão correm o risco de sofrerem ataques que podem destruir sua reputação, afastar clientes e gerar prejuízos financeiros incalculáveis.
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Mudança de cultura organizacional: SI como parte da estratégia corporativa
Para mudar esse cenário, é fundamental que os gestores adotem uma nova mentalidade sobre a segurança corporativa, integrando a segurança da informação à cultura organizacional. Com a crescente pressão de regulamentações como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), a proteção de dados deixou de ser uma opção e se tornou uma obrigação legal para as empresas, exigindo uma abordagem mais robusta e integrada. Essa responsabilidade não pode ser uma preocupação isolada do departamento de TI, mas sim um componente central perante todos os ativos da empresa.
Diante disso, é necessário investir na conscientização e educação dos líderes empresariais sobre o que é segurança corporativa em um contexto digital. Programas de treinamento e workshops sobre cibersegurança devem ser implementados para garantir que gestores entendam os riscos e saibam tomar decisões informadas sobre a alocação de recursos para SI.
Além do que, o diálogo entre os setores de segurança física, segurança da informação e os gestores de negócios deve ser constante. Isso permitirá uma abordagem integrada, onde todos compreendem a importância de proteger a empresa em todas as frentes. Ao adotar essa cultura, as empresas estarão mais preparadas para enfrentar os desafios do ambiente digital e físico de forma simultânea.
Tecnologias avançadas para uma segurança corporativa eficaz
Outro ponto que deve ser considerado pelos gestores é o investimento em ferramentas e soluções robustas de segurança. A cibersegurança é um campo que evolui rapidamente, e tecnologias como inteligência artificial, machine learning e automação estão transformando a forma como as empresas protegem seus dados. Essas ferramentas não apenas monitoram e respondem a ameaças, mas também aprendem com elas, tornando-se mais eficazes ao longo do tempo.
Adotar uma abordagem proativa, utilizando tecnologias modernas, é essencial para garantir que a empresa esteja um passo à frente de possíveis ameaças. E, também, soluções como programas de bug bounty, auditorias de segurança e firewalls de próxima geração devem fazer parte do arsenal de segurança corporativa.
Contudo, conforme observado, investir em segurança da informação não deve ser visto como um custo, mas como uma forma de garantir o crescimento e a longevidade do negócio. Ao perceber a SI como parte integral da segurança corporativa, os gestores estarão melhor equipados para enfrentar os desafios modernos de forma estratégica e eficaz.
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