CSRF é um ataque que explora a confiança de um sistema no navegador do usuário, permitindo ações maliciosas sem sua autorização.
Como assim?
Você está logado na sua conta bancária ou em um sistema corporativo. Em outra aba, acessa um link aparentemente inofensivo, enviado por e-mail ou em uma rede social. Em segundos, sem que você perceba, uma transação financeira é realizada, suas configurações são alteradas ou uma mensagem comprometedora é publicada em seu nome. Tudo isso sem precisar de sua senha ou qualquer confirmação. Esse é o perigo do Cross-Site Request Forgery (CSRF), um dos ataques mais sorrateiros e perigosos da web.
O CSRF não precisa roubar suas credenciais para causar estragos. Ele se aproveita da confiança que o sistema tem no seu navegador e explora a forma como a web processa requisições autenticadas.
Mas como ele funciona? Quais os riscos reais para usuários e empresas? E, mais importante, como se proteger desse ataque silencioso? Veja neste artigo!
O que é CSRF?
Cross-Site Request Forgery (CSRF), ou falsificação de solicitação entre sites, é um tipo de ataque que explora a confiança de um sistema web no navegador do usuário. Nesse ataque, o invasor manipula uma aplicação web para executar ações indesejadas sem o consentimento do usuário autenticado. Isso ocorre porque, ao acessar um site malicioso, o navegador pode enviar requisições automáticas a um serviço online onde o usuário já está logado, utilizando seus cookies de autenticação.
Diferente de ataques como SQL Injection ou Cross-Site Scripting (XSS), onde o objetivo é explorar vulnerabilidades no próprio sistema, o CSRF se aproveita do comportamento padrão dos navegadores, que enviam automaticamente cookies de sessão em solicitações HTTP. Isso torna o ataque difícil de ser detectado pelo usuário comum e potencialmente devastador para serviços web.
Quais os riscos do CSRF?
Os ataques de CSRF podem resultar em diversas consequências graves para indivíduos e empresas. Entre os riscos estão:
- Transferências financeiras indevidas: um invasor pode forçar um usuário a realizar uma transação bancária sem sua autorização.
- Alteração de credenciais: mudanças de senha, e-mails ou outras informações de conta podem ser realizadas sem que o usuário perceba.
- Publicações e mensagens maliciosas: ataques CSRF podem ser usados para publicar conteúdo indesejado em redes sociais ou enviar e-mails em nome da vítima.
- Comprometimento de configurações críticas: um ataque pode alterar parâmetros administrativos de um sistema, comprometendo sua segurança e disponibilidade.
- Exposição de dados sensíveis: um invasor pode utilizar um ataque CSRF para exfiltrar informações confidenciais de um usuário autenticado.
O sucesso de um ataque CSRF depende, muitas vezes, da engenharia social, um método no qual o invasor induz a vítima a clicar em um link ou acessar uma página comprometida. Esse tipo de tática reforça a importância da educação digital e da implantação de camadas adicionais de segurança.
Leia também: Quais são os custos de um incidente de segurança?
Como se proteger de Cross-Site Request Forgery?
Proteger-se contra CSRF envolve combinar boas práticas de desenvolvimento com medidas de segurança para impedir que ações maliciosas sejam executadas sem o consentimento do usuário. Aqui estão algumas estratégias eficazes:
1. Use tokens de segurança (Tokens anti-CSRF)
Os tokens de segurança são códigos únicos que o sistema gera para cada sessão do usuário. Sempre que uma ação importante for realizada (como alterar configurações ou fazer pagamentos), o sistema verifica se o token enviado na requisição é válido. Se um site malicioso tentar forjar uma ação, ele não terá esse token, e a tentativa será bloqueada.
2. Verifique a origem das solicitações
Os navegadores enviam informações sobre a origem de uma requisição (como os cabeçalhos Referer e Origin). Configurar o sistema para verificar se a solicitação realmente veio do site correto ajuda a impedir ataques CSRF. Se a origem for desconhecida, a ação pode ser bloqueada.
- Dica: Pense nisso como um restaurante que só aceita pedidos feitos diretamente no balcão. Se alguém tentar ligar e pedir comida no seu nome, sem estar presente, o pedido não será aceito.
3. Configure os cabeçalhos de segurança no servidor
Os servidores web podem ser configurados para aceitar apenas solicitações feitas de maneiras seguras. Algumas práticas incluem:
- Garantir que o cabeçalho Content-Type está correto (evita solicitações forjadas).
- Usar X-Requested-With para confirmar que a requisição veio de dentro da própria aplicação.
4. Ative a autenticação multifatorial (MFA)
A autenticação multifatorial (MFA) adiciona camadas extras de segurança, mesmo quando um ataque CSRF tenta realizar ações críticas em uma conta. Após uma tentativa de alteração (como uma transação ou mudança de senha), o usuário será solicitado a confirmar a ação por meio de um fator adicional, como um código enviado por SMS ou gerado por um aplicativo autenticador. Isso garante que, mesmo que um atacante consiga executar um comando, ele não possa concluir a ação sem a autorização do verdadeiro dono da conta.
5. Use captchas em ações sensíveis
Adicionar um captcha em formulários que alteram informações importantes dificulta ataques CSRF, pois exige que um ser humano complete uma verificação antes de enviar a solicitação.
6. Restrinja métodos HTTP para ações sensíveis
Evite permitir que métodos como GET sejam usados para modificar dados críticos. Sempre que um usuário for fazer alterações na conta ou realizar transações, use POST, PUT ou DELETE, que oferecem mais segurança.
- Atenção: Algumas páginas permitem que parâmetros sejam passados pela URL (exemplo.com/alterarsenha?nova=123). Isso facilita ataques CSRF. Prefira formulários protegidos por tokens e métodos seguros.
7. Eduque os colaboradores contra links Suspeitos
Ataques CSRF geralmente dependem de engenharia social, ou seja, enganar os usuários para que cliquem em links maliciosos. Por isso, é essencial reforçar boas práticas como:
🔹 Nunca clicar em links suspeitos enviados por e-mail ou redes sociais.
🔹 Sempre verificar se está acessando o site oficial antes de inserir informações sensíveis.
🔹 Usar navegadores e sistemas atualizados, que corrigem vulnerabilidades conhecidas.
Leia também: Offsec: o que é a segurança ofensiva?
Conforme observado, Cross-Site Request Forgery (CSRF) é um ataque sorrateiro que pode comprometer contas, alterar configurações críticas e até realizar transações financeiras sem o conhecimento da vítima. Para evitar esses riscos, além de boas práticas de segurança, é primordial testar constantemente a resistência dos sistemas.
Nesse contexto, ferramentas como Bug Bounty e Pentest ajudam nessa prevenção. No Bug Bounty, especialistas identificam vulnerabilidades, como falhas na validação de tokens CSRF, ajudando empresas a corrigir brechas antes que sejam exploradas. Já o Pentest simula ataques reais para verificar se as proteções contra CSRF estão funcionando corretamente e se há falhas que precisam ser corrigidas.
Portanto, além das medidas de proteção, testar continuamente a segurança é fundamental para evitar ataques e garantir a integridade dos sistemas e dos usuários.
Curtiu este conteúdo da BugHunt? Explore mais artigos como este no nosso blog ou siga-nos nas redes sociais para se manter atualizado sobre os principais temas de segurança digital.