Identificar e reduzir o falso positivo é fundamental para qualquer equipe de segurança da informação. Alertas errados consomem tempo e desviam a atenção de ameaças reais. Como otimizar esse processo e melhorar a eficácia da defesa cibernética?
Acompanhe as estratégias apresentadas neste artigo.
O que é falso positivo?
Na cibersegurança, um falso positivo ocorre quando sistemas de defesa, como firewalls, antivírus, soluções SIEM (Security Information and Event Management) ou scan de vulnerabilidades por exemplo, sinalizam indevidamente uma atividade legítima como uma ameaça.
Os falsos positivos em segurança da informação podem surgir de várias fontes, como:
- Regras de detecção muito genéricas.
- Desatualização das bases de dados de assinaturas de ameaças.
- Configurações inadequadas dos sistemas de segurança.
- Ambientes complexos que geram comportamentos atípicos, mas legítimos.
Nesse cenário, é importante deixar claro que, embora a detecção de possíveis riscos seja essencial, alertas de falso positivo consomem recursos computacionais e demandam tempo da equipe de segurança. Esse excesso de alertas irrelevantes pode levar à fadiga de alertas, comprometendo a resposta a incidentes críticos e expondo a organização a ameaças reais.
Leia também:
O que é um ataque de clique zero?
Como posso reduzir falsos positivos na segurança da informação?
Eliminar completamente os falsos positivos é inviável, mas existem estratégias eficazes para minimizar esses incidentes:
1. Use sistemas com machine learning
Soluções baseadas em machine learning (ML) analisam padrões de comportamento ao longo do tempo e ajustam automaticamente os parâmetros de detecção. Diferente das regras estáticas, esses sistemas aprendem continuamente com os dados, identificando anomalias de forma mais precisa, o que reduz a incidência de falso positivo ao diferenciar melhor entre comportamentos legítimos e ameaças reais.
2. Implemente regras de correlação personalizadas
As regras de correlação determinam quais combinações de eventos devem gerar alertas. Em sistemas SIEM, por exemplo, personalizar essas regras de acordo com os comportamentos típicos da sua organização evita alertas desnecessários, o que garante que os alertas sejam acionados apenas em situações genuinamente suspeitas, otimizando o processo de detecção e resposta.
3. Enriqueça os alertas com contexto
Alertas mais precisos são aqueles que incluem informações contextuais relevantes, como:
- Tipo de ativo (servidor, estação de trabalho, dispositivo móvel);
- Localização geográfica do evento;
- Perfil do usuário e histórico de atividades.
Essa contextualização permite análises mais assertivas, facilitando a distinção entre comportamentos normais e possíveis ameaças. Além disso, sistemas modernos de segurança podem ser integrados a bancos de dados de ativos e diretórios de usuários para fornecer esse contexto automaticamente.
4. Teste e ajuste regularmente os sistemas
Auditorias frequentes e testes de vulnerabilidade ajudam a identificar falhas nos sistemas de detecção e a ajustar configurações que possam estar gerando falsos positivos. Ferramentas de simulação de ataques (red teaming) e exercícios de pentest fornecem insights valiosos sobre o comportamento dos sistemas de defesa em cenários controlados.
5. Priorize alertas por criticidade
Classificar os alertas com base na criticidade dos ativos e no impacto potencial ajuda a focar nos incidentes mais relevantes. Para isso, sistemas de gerenciamento de incidentes permitem definir prioridades e filtrar alertas de baixo risco, o que reduz a sobrecarga da equipe e evita que falsos positivos desviem a atenção de ameaças críticas.
6. Automatize respostas a incidentes comuns
A automação é uma estratégia eficaz para lidar com alertas frequentes e de baixo risco. Playbooks automatizados, que são guias de procedimentos padronizados para resposta a incidentes, podem ser configurados para executar ações automáticas, como bloquear temporariamente IPs suspeitos ou isolar dispositivos comprometidos.
7. Utilize programas de Bug Bounty
Os programas de Bug Bounty envolvem especialistas externos que identificam vulnerabilidades reais nos sistemas da organização. Essa prática ajuda a diferenciar ameaças genuínas de falsos positivos, além de fornecer uma avaliação contínua dos mecanismos de defesa. Com os insights obtidos, é possível ajustar processos e configurações, fortalecendo a segurança e melhorando a precisão das detecções.
Benefícios de reduzir falsos positivos
Investir em estratégias para reduzir falsos positivos traz uma série de benefícios para a organização:
- Maior eficiência operacional: Equipes de segurança focam em ameaças reais, aumentando a produtividade.
- Redução de custos: Menos tempo gasto em alarmes falsos significa menos recursos desperdiçados.
- Melhoria na detecção: Sistemas ajustados corretamente aumentam a precisão na identificação de ameaças.
- Ambiente de trabalho saudável: A redução da fadiga de alertas melhora o bem-estar dos profissionais de segurança.
Os falsos positivos representam um desafio significativo na cibersegurança, mas com ajustes estratégicos, automação e uso inteligente de tecnologias, é possível reduzir esses incidentes.
Ao implementar práticas de calibragem, inteligência de ameaças e treinamento contínuo, sua organização poderá otimizar seus processos de segurança e manter uma defesa eficiente contra ameaças reais.
Gostou deste conteúdo da BugHunt? Você pode acessar mais artigos como esse no nosso blog ou acessar as nossas redes sociais para ficar por dentro dos assuntos mais relevantes da cibersegurança de forma mais rápida.