O que é threat hunting e qual a sua importância?
Em um cenário onde ataques cibernéticos se tornam mais sofisticados e frequentes, confiar apenas em ferramentas automatizadas de segurança não é mais suficiente. É aí que entra o threat hunting, uma abordagem proativa e inteligente que busca identificar ameaças antes que elas causem danos reais.
Neste artigo, você vai entender como funciona a metodologia, quem são os profissionais envolvidos e por que implementar em sua empresa.
O que é threat hunting?
É o processo de busca ativa por ameaças cibernéticas que já estão, ou podem estar, dentro de uma rede corporativa mesmo que os sistemas de segurança tradicionais não tenham detectado.
Enquanto ferramentas de segurança esperam que algo aconteça para reagir, essa é uma abordagem intencional, orientado por hipóteses e apoiado em inteligência de ameaças. O objetivo é identificar atividades incomuns, irregulares ou indícios de intrusões que passaram despercebidas.
Mais do que detectar malware ou vulnerabilidades conhecidas, o threat hunting se concentra em encontrar sinais de ataques sofisticados, como movimentos laterais dentro da rede, escalonamento de privilégios e comunicação com servidores de comando e controle.
Como funciona a metodologia de threat hunting?
A metodologia se baseia em três pilares: hipóteses, dados e análise. O processo começa com a formulação de uma hipótese, a partir dela, o caçador coleta dados relevantes, como logs de autenticação, tráfego de rede e comportamento de endpoints, e analisa esses dados em busca de padrões ou anomalias que confirmem ou refutem a suspeita.
Por isso, a abordagem pode seguir diferentes modelos:
- Baseado em hipóteses: parte de uma suposição fundamentada em inteligência de ameaças ou conhecimento prévio.
- Baseado em indicadores: usa indicadores de comprometimento já conhecidos para procurar sinais específicos.
- Baseado em análises comportamentais: utiliza análise de grandes volumes de dados e machine learning para encontrar padrões suspeitos.
Tipos de hunting
O threat hunting pode ser aplicado de diferentes formas, dependendo da maturidade da equipe de segurança e dos objetivos estratégicos da empresa.
Os três principais modelos de são:
- Caça estruturada: segue uma metodologia pré definida, baseada em hipóteses claras, indicadores de ataque (IoA) e TTPs (táticas, técnicas e procedimentos) de agentes de ameaça conhecidos.
- Caça não estruturada: começa sem uma hipótese formal, geralmente motivada por um gatilho, como um alerta ou um indicador de comprometimento (IoC). A investigação é mais exploratória e intuitiva, baseada na experiência do threat hunter.
- Caça situacional ou por entidades: resposta a uma situação específica de uma empresa, podendo ser impulsionada, por exemplo, por uma avaliação interna de riscos ou análise de tendências e vulnerabilidades.
Quem são os threat hunters?
O profissional que realiza esse trabalho é um caçadorun caçador de ameaças. Diferente dos analistas tradicionais de segurança, ele atua de forma investigativa e estratégica.
Esse especialista domina técnicas de análise forense, comportamento de adversários, inteligência de ameaças e ferramentas de segurança. Ele conhece profundamente o ambiente da empresa e tem a missão de pensar como um atacante.
Seu papel é essencial em operações de cyber threat hunting, pois combina habilidades humanas com tecnologia avançada para descobrir o que os sistemas não veem.
Por que investir nessa estratégia?
Empresas que levam cibersegurança a sério estão investindo cada vez mais em busca ativa como forma de se antecipar às ameaças.
A frequência e a sofisticação dos ataques cibernéticos continuam crescendo. Segundo a 3ª edição da Pesquisa Nacional BugHunt de Segurança da Informação, apenas 57,1% das empresas afirmam nunca terem sofrido um ataque, ou seja, quase metade já enfrentou pelo menos uma violação. E os impactos vão muito além do técnico: um único incidente pode comprometer a saúde financeira, a reputação e a confiança do mercado.
Com uma estratégia de threat hunting bem estruturada, sua empresa pode:
- Detectar ameaças que escapam dos sistemas tradicionais;
- Identificar ataques em estágio inicial;
- Reduzir o tempo médio de detecção e resposta;
- Fortalecer a postura de segurança cibernética;
- Minimizar riscos operacionais e financeiros.
Enquanto os invasores atuam de forma cada vez mais silenciosa, persistente e camuflada, a pergunta que se impõe é: sua empresa está preparada para encontrá-los antes que seja tarde?
Organizações que investem em threat hunting não apenas se defendem melhor. Elas se antecipam, reagem com precisão e protegem o que realmente importa: seus dados, seus ativos e sua continuidade.
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