Seguindo a tendência mundial, o open banking - ou open finance, como também é chamado - começou a ser uma realidade no Brasil desde 2021. Apesar de as atividades terem sido iniciadas há dois anos, esse recurso financeiro ainda desperta muitas dúvidas nos usuários.

Um reflexo disso é que uma pesquisa realizada pela Provu constatou que 84,5% das pessoas não conhecem o open banking e não sabem do que se trata. Quando questionados sobre open finance, apenas 32% afirmaram não conhecer, o que é bastante curioso porque os dois termos são a mesma coisa.

Como você pôde perceber, mesmo que o open banking tenha chegado para revolucionar as transações financeiras no país, pouco se sabe sobre o tema. Então, se você quer entender o que é open banking e saber como ele funciona, continue lendo este artigo!

O que é open banking?

O open banking - ou sistema financeiro aberto, em português - é um sistema de compartilhamento de dados financeiros de forma padronizada e regulamentada pelo Banco Central (BC).

O principal objetivo do open banking é facilitar as transações entre bancos e instituições financeiras, dando mais autonomia, controle e visibilidade para os usuários e, além disso, também visa estimular a competitividade entre instituições.

Através de uma plataforma integrada - chamada de API -, diferentes instituições financeiras conseguem acessar os dados dos clientes para oferecer produtos e serviços personalizados.

Vale ressaltar que esses dados só podem ser compartilhados e acessados mediante o consentimento dos titulares das informações.

Fases do open banking

Como dito acima, o open banking Brasil começou a ser implementado em 2021. Diante disso, um plano de ação com quatro fases foi traçado até o mecanismo começar a valer de fato no país:

  • Fase 1: as instituições disponibilizaram informações de seus canais de atendimento, produtos e serviços.
  • Fase 2: os consumidores conseguem compartilhar seus dados pessoais com as instituições desejadas.
  • Fase 3: os consumidores passam a ter acesso a serviços financeiros sem a necessidade de acessar os canais das instituições que já se relacionam.
  • Fase 4: novos dados podem ser compartilhados, novos produtos e serviços, como, por exemplo, operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência privada.

Como o Open Banking funciona?

As funções do open banking se dividem em duas categorias: o compartilhamento de dados e o iniciador de pagamentos. Veja o passo a passo para usar cada uma dessas funções a seguir:

Passo a passo do compartilhamento de informações:

Existem seis passos para efetivar o compartilhamento dos dados entre as instituições financeiras:

  1. Consentimento: no canal da instituição que o usuário deseja compartilhar suas informações, ele escolhe a instituição de origem das informações, quais informações e o prazo de consentimento.
  2. Redirecionamento (origem): o usuário é direcionado para a interface da instituição de origem dos dados para concluir o compartilhamento.
  3. Autenticação: depois do redirecionamento, é necessário acessar sua conta como de costume.
  4. Confirmação: nesta etapa, o usuário autoriza o compartilhamento.
  5. Redirecionamento (destino): o usuário é direcionado para o canal da instituição do destino dos dados.
  6. Efetivação: a transação das informações é concluída.

Passo a passo do iniciador de pagamentos:

  1. Acionar a instituição iniciadora de pagamentos: a instituição escolhida para fazer o pagamento solicita as informações da transação e pede a autorização.
  2. Redirecionamento (origem): o usuário é direcionado para a instituição onde detém a conta.
  3. Autenticação: depois do redirecionamento, é necessário acessar sua conta como de costume.
  4. Confirmação: nesta etapa, o usuário autoriza o pagamento.
  5. Retorno para o iniciador: o usuário é redirecionado para o iniciador de pagamentos.
  6. Efetivar solicitação: a iniciadora de pagamentos exibe a confirmação da solicitação de pagamentos.

Quais instituições brasileiras fazem parte?

Segundo informações do Banco Central, mais de 90 instituições financeiras e fintechs foram registradas até outubro de 2021.

Dentre elas, estão as principais instituições do país, como, por exemplo, o Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú, Santander, Safra, Rede, PicPay, PagSeguro, Nubank, Next, Cielo, Banco XP…

Você pode conferir a lista completa no site oficial do open finance no Brasil.

Qual a relação entre API e open banking?

A API - Application Programming Interface, em inglês, ou Interface de Programação de Aplicativos, em português - é uma ferramenta que possibilita a comunicação entre diferentes sistemas. No contexto do open banking, as APIs permitem que as instituições financeiras compartilhem seus dados com outras organizações do mesmo segmento.

Em outras palavras, as APIs servem como um canal que possibilita que outras empresas tenham acesso aos dados financeiros dos clientes de uma instituição financeira - com consentimento dos clientes, é claro.

Vantagens do open banking

Justamente por proporcionar a integração entre as instituições financeiras, o open banking oferece vantagens inéditas:

  • Menos burocracia para adesão de novos produtos e serviços;
  • Mais empoderamento e autonomia para os clientes;
  • Pagamentos facilitados;
  • Aumento da concorrência entre as instituições, provocando melhorias nos serviços;
  • Inclusão financeira;
  • Desenvolvimento de novas soluções;
  • Mais eficiência e agilidade nos processos.

Open banking é seguro?

Sim, o open banking é seguro! No Brasil, esse serviço é regulamentado pelo Banco Central. Além disso, todas as transações de dados do open banking estão protegidas pela Lei Complementar n° 105/2001, do Sigilo Bancário - que proíbe o compartilhamento de informações com instituições de fora do ecossistema.

Para além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também serve para fiscalizar e regulamentar as operações realizadas através do open finance. Por isso, é importante que as instituições financeiras estejam protegidas. Isso preserva os dados de seus clientes e a reputação da sua marca.

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