Dia Zero: O que é vulnerabilidade 0day e por que é perigosa?

O dia zero, ou 0day, é constantemente pauta de assuntos em diversos blogs e perfis pela internet alertando sobre novas e perigosas façanhas ocorridas. Mas você sabe o que realmente é um exploit, um ataque ou uma vulnerabilidade de dia zero?

E mais, como se proteger e como pode ser tão perigoso?

Os ataques de dia zero costumam acontecer quando os cibercriminosos adiantam-se e atacam vulnerabilidades que não eram de conhecimento comum. Ou seja, pegam as empresas e seus sistemas totalmente desprevenidos.

Porém, isso não quer dizer que esses ataques são inevitáveis, há maneiras de nos defendermos e é isso que vamos ver no artigo de hoje!

Hoje abordaremos maneiras de explorarmos os ocorridos no zero day, por que elas são perigosas e como você pode identificá-las e evitá-las.

Vamos começar!


O que é Zero Day?

Vamos começar realmente do começo. Um zero day ou dia zero pode ser representado por uma falha de segurança anteriormente desconhecida no software ou no hardware de uma empresa onde os cibercriminosos aproveitam-se para explorar e violar os sistemas.

Mesmo com termos diferentes, a origem é a mesma. Esse termo, inclusive, foi criado para enfatizar a seriedade do problema

Afinal, após a descoberta dessa vulnerabilidade de dia zero, os desenvolvedores têm  literalmente zero dias para corrigir o erro antes que ele se torne um problema urgente.

Ao ter maior familiaridade com as explorações do zero day, você pode ouvi-las sendo denominadas de “vulnerabilidades de dia zero” ou “ataques de dia zero''.

Porém. há uma distinção essencial entre estes termos:

  • Zero-day exploit (Explorações de dia zero): refere-se ao método que os hackers usam para atacar o software;
  • Zero-day vulnerability(Vulnerabilidades de dia zero): refere-se à falha não descoberta em seu sistema;
  • Zero-day attack(Ataques de dia zero): refere-se à ação que os hackers tomam quando usam a vulnerabilidade para violar o seu sistema.

O termo “não descoberto” é crucial ao discutir vulnerabilidades de dia zero, pois a vulnerabilidade deve ser desconhecida pelos criadores do sistema para ser considerada uma “vulnerabilidade de dia zero”

Uma vulnerabilidade de segurança deixa de ser uma “vulnerabilidade de dia-zero” uma vez que os desenvolvedores tenham conhecimento do problema e tenham lançado um patch.

Não é só com você: os softwares são vulneráveis

Relaxe, isso não acontece só com você ou só com a sua empresa.

Os softwares não são perfeitos e sim, estão sempre vulneráveis. Até mesmo o navegador que você está logado lendo esse artigo - seja Chrome, Edge, Firefox ou qualquer outro - com certeza possui bugs.

No caso, muitos desses bugs não são nocivos, talvez até causem mau funcionamento e o navegador trave, mas nem todos são falhas de segurança. Isso só ocorre quando um invasor que sabe sobre o bug pode criar uma exploração que usa o bug no software para obter acesso ao seu sistema ou informações.

Natural que alguns softwares sejam mais vulneráveis que outros e isso não é um problema de sua escolha ou de todo o sistema de segurança da sua empresa. É comum.

Em certo momento, Java teve um fluxo interminável de vulnerabilidades que permite que sites que usam o plug-in Java escapem da sandbox Java e tenham acesso total à sua máquina. As explorações que conseguem comprometer a tecnologia de sandbox do Google Chrome são muito mais raras, embora até mesmo o Chrome tenha vulnerabilidades de dia zero.

Agora vamos entender como funcionam os ataques de dia zero. Continue lendo!

Como funcionam os ataques de dia zero

Você já deve ter percebido ao longo deste texto que há certas especificações necessárias para realizar essas investidas.

Como a maioria desses ataques são diferentes um dos outros, geralmente eles funcionam dessa forma:

  • 1ª Etapa: os desenvolvedores criam um sistema. Nele, contém uma vulnerabilidade de dia zero que ainda não possuem conhecimento;
  • 2ª Etapa: quando esse sistema é ativado e entra no ar, o cibercriminoso descobre a vulnerabilidade analisando o sistema;
  • 3ª Etapa: esse malfeitor cria, escreve e executa o código malicioso para explorar a vulnerabilidade e assim ter a possibilidade de violar o sistema;
  • 4ª Etapa: público que acessa o sistema ou desenvolvedores notam o problema grave e a partir disso, os desenvolvedores corrigem o problema utilizando um patch de correção.

Ainda existem casos onde os criminosos têm sido mais rápidos ao explorar vulnerabilidades logo após descobri-las.

Essas explorações possuem tanto interesse pois podem ser vendidas na dark web por grandes somas de dinheiro. Depois de descoberta e corrigida, a exploração não é mais chamada de ameaça de dia zero.


Quem explora o dia zero?

Não são poucos os atores maliciosos que exploram os ataques de dia zero. Na verdade, eles se dividem em diferentes categorias e estas se diferem por suas motivações.

Confira:

  • Criminosos virtuais: aqui no caso a única motivação desses malfeitores é puramente financeiro;
  • Espionagem corporativa: encomendadas por concorrentes, os cibercriminosos espionam companhias a fim de obter informações sigilosas sobre elas e repassarem aos contratantes;
  • Guerra virtual: subindo ao nível diplomático, esse ataque é costumeiro em países ou atores políticos que espionam ou atacam a infraestrutura virtual de outro país;
  • Hacktivistas: cibercriminosos motivados por uma causa política ou social que desejam dar visibilidade aos seus ataques para atrair atenção para sua causa.

Agora que você já sabe o que é zero day, seus funcionamentos e também quem costuma fazer uso dessa malfeitoria, chegamos a um ponto importante: como identificar e se prevenir.

Atenção ao próximo tópico!


Como identificar um ataque de dia zero

Já citamos anteriormente que cada ataque desses tem sua particularidade, então, não há um plano perfeito para detectá-los, infelizmente.

Entretanto, existem alternativas para que as organizações consigam identificar os ataques e possam agir de maneira rápida.

Separamos 3 delas para você colocar em prática:

1. Faça uma varredura completa e periódica

Fazer essa vistoria ajuda no processo de busca por vulnerabilidades de dia zero no sistema. Assim, uma vez encontrada essa fragilidade, você trabalha para corrigi-la antes que os hackers possam explorá-la.

A verificação da vulnerabilidade pode ser uma atividade independente ou uma parte regular do seu processo de desenvolvimento.

Muitas organizações também optam por terceirizar seu escaneamento de vulnerabilidade para empresas especializadas em segurança cibernética.

2. Colete e monitore relatórios dos usuários do sistema

Tendo em vista que há uma interação constante dos usuários com o seu sistema, eles mesmos podem detectar potenciais problemas.

Assim, é recomendável rastrear os logs de usuários, relatórios sobre e-mails suspeitos, pop-ups ou notificações sobre tentativas de senha. Qualquer atividade anormal deve ser investigada.

3. Acompanhe o desempenho do seu software

Quando um desses criminosos virtuais consegue o acesso a um sistema através de malware, o aumento no tráfego de rede retarda a conexão do sistema vitimizado com a internet. Então, um modo de notar se está sendo atacado é ficar de olho nas estatísticas da sua rede, você pode identificar um ataque à medida que ele acontece.

Quando alguém ganha acesso ao seu sistema através de uma vulnerabilidade, o código que ele injeta em seu software pode retardar seu programa, alterar suas funções ou deixar recursos off-line.

Naturalmente, você poderia identificar um ataque de dia zero, observando mudanças significativas ou inexplicáveis em seu sistema.

Proteção contra os ataques de dia zero

Esses ataques são assustadores, pois não há nenhum aviso prévio em relação a eles. Infelizmente, ainda não podemos evitar esses ataques, mas podemos identificá-los (como você viu anteriormente) e também nos proteger dos mesmos.

Então, o que podemos fazer para nos proteger de exploits de dia zero? A resposta está nessa lista:

Use uma hospedagem web segura

Os hackers violam mais de centenas de milhares de sites todos os dias. E como os hackers podem violar seu site através de plugins, temas de sites ou versões desatualizadas do núcleo do WordPress, por exemplo, os sites WordPress são grandes alvos. Portanto, tenha uma boa ferramenta de hospedagem e que te garanta segurança.

Felizmente, você pode proteger sua organização usando um provedor de hospedagem seguro.

Use a regra do acesso mínimo

Esse tipo de regulação impõe que as pessoas em sua organização devem ter acesso apenas aos dados, hardware e software que precisam para realizar suas tarefas regulares de trabalho.

A regra de acesso mínimo cria menos pontos de entrada para hackers que usam fragilidades para conseguir credenciais de acesso, limitando o número de pessoas que têm acesso administrativo a cada sistema.

Mude para o desenvolvimento DevOps

DevOps é uma abordagem que utiliza um sistema de desenvolvimento contínuo para atualizar programas constantemente.

Ele pode ajudar você a reforçar sua segurança contra explorações de dia zero, pois força você a atualizar e mudar seu sistema constantemente.

Se você quiser aprender mais sobre o desenvolvimento DevOps, não deixe de ler o guia que lançamos sobre o tema: DevSecOps: A importância de pensar a segurança desde o início.

Além disso, não esqueça:

  • Reduza sua superfície de ataque
  • Mantenha seus softwares atualizados

Coloque-se à frente dos cibercriminosos, invista na melhor plataforma Bug Bounty do Brasil!

Ataques de dia zero são cada vez mais comuns e uma preocupação natural para organizações em todo o mundo. Por isso, contar com um serviço que te previna desses ataques é essencial.  

A BugHunt está no mercado de segurança da informação para isso! Somos a primeira plataforma de Bug Bounty do Brasil, já reportando mais de 2,5 mil falhas a empresas parceiras, e ajudando no fortalecimento da segurança de seus sistemas.

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