Os últimos dois anos de isolamento social mudaram o modo como as pessoas passaram a trabalhar e entender suas rotinas. A digitalização de diversos processos e da própria comunicação trouxeram ainda para a mesa um extenso debate sobre segurança da informação.

O aumento dos serviços e relações no online produzem uma quantidade considerável de dados e informações, muitas vezes sigilosas, e que são alvo de ataques por cibercriminosos.

Entre 2020 e 2021 o mundo registrou um perigoso aumento de 38% de ciberataques do tipo ransomware. Só no Brasil o número de ataques cibercriminosos, no mesmo período, aumentou 92%.

Segundo a Pesquisa Nacional BugHunt de Segurança da Informação, um dos principais motivos desse aumento é que 39,7% das empresas entrevistadas têm problemas com a adesão de funcionários a medidas ligadas à cibersegurança.

Muito provavelmente, essa resistência tenha relação com a falta de entendimento das pessoas sobre o que é segurança da informação.

O que é segurança da informação?

Segurança da informação é a prática de que dados privados se mantenham em sigilo. É a ideia de preservação de um conjunto de informações de um indivíduo ou organização.

Uma área muito ligada às práticas tecnológicas, pela quantidade de informações e dados que circulam em espaço digital.

Como surgiu a Segurança da Informação?

As transformações tecnológicas, principalmente a partir da metade do século XX, fizeram com que fosse necessário pensar formas de segurança e proteção para o que estava sendo desenvolvido.

Anteriormente, como todos os serviços só poderiam ser feitos no presencial, com a interação humana, não havia tanta preocupação com invasão ou até roubo de dados. Foi mesmo no final da década de 1960, começo de 1970 que o armazenamento de informações digitais passou a ser uma realidade.

Com o passar dos anos, uma maior quantidade de dados foi sendo armazenada, havendo também um maior volume de informações, com mais valor e importância. Entre eles, números de cartões de crédito, dados e registros de cidadãos, contas bancárias, etc.

E claro, o risco de invasão e roubo dessas informações foi multiplicado, trazendo para a cena tecnológica empresas que desenvolvem estratégias para a proteção desses dados.

Nesse cenário, também apareceram as figuras dos cibercriminosos. Criminosos com conhecimentos em segurança da informação que tentam continuamente invadir redes e sistemas, visando o roubo de dados para diversos fins.

As empresas passaram então a entender ainda mais os riscos que sofriam, investindo em ferramentas e políticas de proteção de suas redes. Algumas possuem, inclusive, uma equipe específica só para o monitoramento e segurança de seus ambientes e dados digitais.

Os princípios da Segurança da Informação

Como foi visto no tópico anterior, é possível observar um crescimento exponencial dos ataques em redes e sistemas digitais a partir da importância e do volume de dados armazenados nos ambientes online.

Os ataques são variados, podendo surgir a partir de fatores humanos, até perigosos ransomwares.

Como forma de intensificar ainda mais a proteção das informações que circulam em espaços digitais, foram criados quatro pilares da Segurança da Informação. A partir deles, todas as etapas de proteção são cumpridas e levadas em consideração. São eles:

1 - Confidencialidade

Esse é o princípio que concede o acesso aos dados e informações apenas para pessoas autorizadas. Ou seja, não é permitido o acesso de indivíduos, processos ou entidades não autorizadas.

O conceito foca nas ações tomadas, assegurando que as informações não sejam roubadas dos sistemas através de ciberataques que podem ser causados pelo descuido de muitas pessoas com acesso aos dados.

2 - Integridade

O princípio da integridade assegura que os dados tenham suas características originais mantidas. Logo, não sejam alterados indevidamente e sem autorização. Assim, é garantida a veracidade das informações independente do processo

3 - Disponibilidade

Seguindo a linha do primeiro princípio, a disponibilidade garante que os dados, redes e sistemas estejam disponíveis para pessoas autorizadas sempre que necessário.

Assim, os dados não se tornam apenas códigos, mas sim informações de valor, que quando são requeridas, podem ser acessadas.

4 - Autenticidade

O último princípio tem como objetivo garantir a verdadeira autoria das informações. Ou seja, mostrar que os dados são verídicos e provenientes de determinadas fontes confiáveis.

A autenticidade se torna então uma base para a validação da autorização do usuário para transmitir, receber e acessar informações.

Caso você se interesse mais pelos os princípios e queira saber mais detalhes sobre a importância de cada um para a área de segurança da informação de sua empresa, acesse o conteúdo que produzimos sobre o assunto.

Quem precisa investir em Segurança da Informação?

Agora que você sabe, ainda que de forma mais resumida, quais são as principais características da Segurança da Informação, é comum o questionamento sobre quem são as pessoas ou empresas que precisam investir na área, certo?

O aumento da digitalização de processos do dia a dia de cidadãos e instituições fez com que a Segurança da Informação fosse uma área importante para basicamente todas as empresas mundiais.

Não só empresas como instituições públicas, que são constantemente alvos de ataques cibernéticos, por exemplo o caso da ciberguerra entre Rússia e Ucrânia.

Todo esse cenário de desenvolvimento rápido, e muitas vezes arriscado, fez com que o setor crescesse muito no mercado, inclusive, com a alta procura de profissionais especializados em cibersegurança.

A Lei Geral de Proteção de Dados

Outro fator que vale ser destacado, é que, devido a quantidade de ocorrências envolvendo o roubo de dados, o governo brasileiro voltou sua atenção para a cibersegurança, desenvolvendo então a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A regulamentação exige que todas as empresas que não estiverem em conformidade com ações, políticas e estratégias de proteção de dados devem ser penalizadas.

Além disso, a LGPD garante que todo usuário ou cliente que se sinta prejudicado com o vazamento, ou mau uso, de suas informações, mesmo que por conta de uma invasão de um cibercriminoso nas redes da empresa, tenha seus direitos garantidos.

As empresas podem levar multas ou dependendo da gravidade do caso, até mesmo fechar as portas por conta de uma penalidade vinda da LGPD.

Sendo assim, as exigências feitas pelas autoridades do país fizeram com que as empresas se ajustassem rapidamente ao padrão de proteção, passando a se preocupar ainda mais com a Segurança da Informação.

Toda empresa deve se atentar a cibersegurança

Não é possível chegar a outra conclusão relacionada aos investimentos de Segurança da Informação perante aos fatos apresentados, somados ainda ao aumento de empresas que passaram a adotar o estilo híbrido ou completamente remoto de serviço.

A digitalização das ações fez com que todas as empresas, das mais antigas e grandes, até as menores e mais novas, precisassem se atentar à proteção de informações que circulam entre funcionários e clientes.

Não se proteger pode trazer inclusive gastos maiores do que o investimento em métodos de proteção cibernética. Fique atento!

Como a Segurança da Informação funciona?

A área de Segurança da Informação foi se expandindo juntamente com os avanços tecnológicos por todo o mundo.

Logo, muitos métodos foram desenvolvidos durante todos esses anos, cada vez mais complexos e detalhados, deixando a vida dos cibercriminosos mais difícil.

Entre os métodos mais conhecidos estão a contratação de uma equipe de Segurança da Informação exclusiva para sua empresa, que é responsável por deixar os softwares da empresa sempre atualizados, cuidar do monitoramento dos sistemas, entre outros serviços.

A aplicação de políticas e regras para todos os funcionários da empresa, incentivando o cuidado no compartilhamento de senhas, informações, arquivos, documentos, entre outros, também é uma prática muito adotada.

Além disso, nos últimos anos foram desenvolvidas ferramentas que ajudam na antecipação e precaução contra os cibercrimes. Um dos métodos mais famosos até agora é o Bug Bounty que será visto com mais detalhes nos próximos tópicos.

Contratação de profissionais qualificados na área de Segurança da Informação

É importante reforçar que independente dos investimentos em programas e métodos de Segurança da Informação, é fundamental que a empresa tenha a certeza de que os profissionais envolvidos nos serviços de cibersegurança são especialistas na área.

Seja ele um profissional voltado para áreas como Red Team, Blue Team ou caçador de bugs, é importante que ele demonstre que tenha experiência na área, através de testes, por exemplo.

Quem são os especialistas em Segurança da Informação?

Essa é uma parte muito importante da nossa análise sobre a área de Segurança da Informação. Afinal, é onde você conhece melhor os profissionais da área.

Você pode ter uma visão muito estereotipada sobre quem são os profissionais ligados à cibersegurança, e não te culpamos! Por anos esses especialistas foram ligados a figuras dos hackers, ou dos “nerds” coadjuvantes em filmes que ajudam o mocinho a solucionar um crime.

No entanto, esses especialistas possuem uma importância cada vez maior dentro da sociedade e do mercado de trabalho. São muitas as possíveis ocupações na área.

Dentro desse grupo de profissionais de Segurança da Informação estão os Desenvolvedores de Softwares de Segurança. Esses especialistas, como o próprio nome já diz, projetam sistemas e soluções capazes de proteger sistemas e redes digitais.

Um especialista em cibersegurança também pode trabalhar especificamente com segurança corporativa, ou em instituições públicas, em setores de Inteligência do Estado, investigando possíveis infrações de cibercriminosos.

Outra ocupação possível é a dos chamados hackers-éticos: especialistas em Segurança da Informação que buscam falhas e vulnerabilidades dentro de redes e sistemas de empresas e as notificam desses perigos.

Além disso, ao identificar uma eventual invasão, são eles que vão solucionar os problemas causados pelos criminosos, ajudando inclusive, em possíveis investigações feitas pelo poder público.

Você quer saber como um hacker-ético pode ser um grande aliado de sua empresa? Preparamos um conteúdo específico para isso. Confira!

Ferramentas de Segurança da Informação

Você está interessado em implementar políticas, métodos e ferramentas de Segurança da Informação dentro de sua empresa? Essa pode ser uma ótima decisão para garantir a proteção dos dados do seu negócio e clientes.

Para a proteção de informações, arquivos e documentos digitais, existem algumas ferramentas básicas implementadas nos sistemas e dispositivos de uma empresa. Entre elas estão:

  • Softwares de monitoramento;
  • Controles de acesso;
  • Backup de documentos e dados;
  • Criptografia;
  • Firewall.

Além disso, existem métodos que podem ser utilizados, e que já foram citados aqui, para a diminuição dos riscos.

Entre eles, políticas sobre o uso dos dispositivos e computadores da empresa dentro e fora dos escritórios, a proibição do compartilhamento de senhas com pessoas não autorizadas, cuidados com conteúdos suspeitos acessados nas redes da empresa, etc.

Também é possível fazer a contratação de profissionais que trabalham com métodos de Red Team ou Blue Team. Você sabe o que esses termos significam?

Red Team: Uma equipe de hackers que trabalham com o “ataque” autorizado as redes e sistemas da empresa em busca de problemas e eliminá-los. Esses profissionais  conhecem as principais ameaças do mercado e utilizam suas habilidades para detectar os riscos.

Blue Team: É o time de “defesa”. Esses profissionais têm como objetivo criar estratégias de defesa contra os cibercrimes, modificam e reagrupam os mecanismos de proteção da rede para que fiquem mais fortes.

O Bug Bounty

O Bug Bounty é mais uma estratégia de Segurança da Informação que pode ser utilizada, inclusive juntamente com outras ferramentas e métodos para maior proteção dos dados de uma empresa.

Seu grande diferencial é estar sempre testando as redes e sistemas de empresas parceiras, para que vulnerabilidades, ainda que mínimas, sejam detectadas.

É trabalhada a ideia de antecipação. Ou seja, as falhas e vulnerabilidades são identificadas antes mesmo de uma possível invasão de um cibercriminoso.

Trabalhando com a prática de recompensa pelas vulnerabilidades encontradas, uma plataforma de Bug Bounty trabalha em parceria com hackers, aqui chamados de bughunters, que invadem os sistemas da empresa parceira em busca desses bugs.

Ao descobrirem os problemas, esses profissionais recebem recompensas pelas suas atuações e enviam relatórios de análise para a equipe de segurança da informação do negócio para que os problemas sejam devidamente solucionados antes mesmo do crime.

Apesar de ser um método mais recente, o Bug Bounty já pode ser usado como uma estratégia por empresas brasileiras.

A BugHunt, primeira plataforma de Bug Bounty do Brasil, oferece os serviços de caça de bugs para organizações que procuram melhorar sua área de Segurança da Informação.

Entre em contato com a equipe da BugHunt e saiba mais detalhes sobre os serviços prestados!